sábado, 5 de maio de 2012

Dos homens em relação às mulheres


Será possível que nenhum homem pode mais ficar embevecido com a beleza de uma mulher que lhe passe ao lado sem que a sua - mulher, namorada, noiva ou o que for - o acuse de estar paquerando a novidade? O ciúme ou o sentimento de posse (ou de perda) da parceira estariam tão frequentemente aflorados que passem a legitimar uma crítica que, quase sempre, é infundada?

É da natureza masculina admirar a graça do sexo oposto; e bom é que assim seja. Às vezes, nem é propriamente beleza o que se vê, mas charme. Um detalhe, que capta a nossa atenção e nos perturba, sem que possamos conscientemente reagir. E a gente, simplesmente, olha. Meio absorto, meio extasiado.

Nós homens somos, de fato, falsos mulherengos, simplesmente porque deixamos cair o queixo pelo encanto das meninas. E, por favor, tarados, jamais: por definição, somos, tão somente, intensos admiradores da formosura feminina.

Então, para que fique definitivamente esclarecido: nem sempre, quando um homem fita uma mulher bonita, a está devorando com os olhos. Se esta ótica feminina - machista e, sobretudo, presunçosa - ainda prevalece entre elas, pois saibam que nós, homens, sabemos contemplar também. Admirar a poesia que vai num gingado, a delicadeza nos gestos e no modo de falar. Delicadeza, não fragilidade, que é tão própria das mulheres.

A contemplação é um ritual. Contemplamos a imensidão do mar, a imponência do nascer e do pôr do sol, o firmamento com infinitas estrelas. Por que não contemplar os encantos do sexo feminino? O que pode haver de proibitivo ou acintoso num olhar que se pretende apenas de admiração?

Reivindicamos o direito de olhar. De presentear os sentidos com o prazer do espetáculo que representa uma mulher interessante, verdadeiramente feminina. Olhamos porque é simplesmente lindo. O andar requebrado; o olhar sedutor; o brilho dos lábios; o cabelo ao vento; o conjunto da obra. A mais excepcional da criação divina.

Poucas sensações dão ao homem realmente sensível tanto prazer, creiam elas. O prazer de um olhar poético, de enlevo por sua beleza. Um arrebatamento que nos desconcerta e nos faz amá-las. Porque essa sedução que se faz tão presente decerto envolve um quê de Amor.