quinta-feira, 7 de março de 2013

Criação absoluta


O Criador terminou de fazer o homem, à sua imagem e semelhança, e percebeu que havia se superado. Era a perfeição, definitivamente. Sua obra suprema, irreprochável.

Mas, como todo perfeccionista, resolveu tentar aprimorar um pouquinho mais. Aperfeiçoar o inaperfeiçoável. Mexeu daqui e dali, melhorou o que antes Ele supunha não ser possível. E aí surgiu a mulher. Que O deixou num tal encantamento (ela é dada a causar esse tipo de reação, como sabemos), a ponto de fazê-Lo não ter dúvidas: deu-a de presente ao homem, o que, em última análise, sendo ele concebido tal qual o seu criador, deixava tudo em casa: era como se fosse um presente a Si mesmo. Afinal, eram seres afins, de mesma espécie, completavam-se, coisa e tal.

Depois de criar a mulher, Deus ainda concedeu a uma delas, muito especial, a bênção de trazer à Terra seu Filho tão amado. Foi do íntimo de uma mulher que veio à luz o maior de todos os homens.

Aliás, várias mulheres fazem parte da vida de um homem. Tem aquela que nos traz ao mundo e nos ensina, antes de qualquer outra coisa, o que é o Amor. Tem aquelas que paqueramos e tem as namoradas, cuja lembrança permanece ali, respeitosamente quieta, morando nos nossos corações a vida inteira.

E tem aquela que a gente escolhe como razão de ser da nossa vida, a grande conquista da existência masculina, guardiã secreta dos nossos medos e cúmplice do prazer que somente o Amor pleno é capaz de proporcionar.

Para terminar: mulher tem que se preocupar em ser feminina; não feminista. Bobagem querer ser igual aos homens: ficam feias, quando tentam isso. E mulher tem, sim, que ser a guardiã da família, de modo mais importante até do que o homem. Porque é tão próprio da mulher ter zelo, quanto externá-lo por todos aqueles de quem goste.

Vocês, enfim, são apenas isso: lindas. 

Feliz Dia Internacional da Mulher!




sábado, 5 de maio de 2012

Dos homens em relação às mulheres


Será possível que nenhum homem pode mais ficar embevecido com a beleza de uma mulher que lhe passe ao lado sem que a sua - mulher, namorada, noiva ou o que for - o acuse de estar paquerando a novidade? O ciúme ou o sentimento de posse (ou de perda) da parceira estariam tão frequentemente aflorados que passem a legitimar uma crítica que, quase sempre, é infundada?

É da natureza masculina admirar a graça do sexo oposto; e bom é que assim seja. Às vezes, nem é propriamente beleza o que se vê, mas charme. Um detalhe, que capta a nossa atenção e nos perturba, sem que possamos conscientemente reagir. E a gente, simplesmente, olha. Meio absorto, meio extasiado.

Nós homens somos, de fato, falsos mulherengos, simplesmente porque deixamos cair o queixo pelo encanto das meninas. E, por favor, tarados, jamais: por definição, somos, tão somente, intensos admiradores da formosura feminina.

Então, para que fique definitivamente esclarecido: nem sempre, quando um homem fita uma mulher bonita, a está devorando com os olhos. Se esta ótica feminina - machista e, sobretudo, presunçosa - ainda prevalece entre elas, pois saibam que nós, homens, sabemos contemplar também. Admirar a poesia que vai num gingado, a delicadeza nos gestos e no modo de falar. Delicadeza, não fragilidade, que é tão própria das mulheres.

A contemplação é um ritual. Contemplamos a imensidão do mar, a imponência do nascer e do pôr do sol, o firmamento com infinitas estrelas. Por que não contemplar os encantos do sexo feminino? O que pode haver de proibitivo ou acintoso num olhar que se pretende apenas de admiração?

Reivindicamos o direito de olhar. De presentear os sentidos com o prazer do espetáculo que representa uma mulher interessante, verdadeiramente feminina. Olhamos porque é simplesmente lindo. O andar requebrado; o olhar sedutor; o brilho dos lábios; o cabelo ao vento; o conjunto da obra. A mais excepcional da criação divina.

Poucas sensações dão ao homem realmente sensível tanto prazer, creiam elas. O prazer de um olhar poético, de enlevo por sua beleza. Um arrebatamento que nos desconcerta e nos faz amá-las. Porque essa sedução que se faz tão presente decerto envolve um quê de Amor.

   

domingo, 8 de março de 2009

Manhãs de domingo

  
Todo domingo, em especial, tenho a impressão de acordar com uma mulher diferente ao meu lado, na cama. A sensação acontece todo dia, mas no domingo tem algo de mágico.

Todas as vezes, essa sensação tem um aspecto constante: essa mulher é mais bonita do que aquela com quem eu fora dormir na véspera. Mais bonita, mais cheirosa, mais provocante, mais carinhosa...

Ah, e tem o sorriso de Bom Dia. Que sorriso! Um sorriso com cara de sono, de um dengo que só consegue provocar outro sorriso, igual, no meu rosto. Um belo jeito de se começar um domingo.

Domingo, que tem essa moleza característica, que nos permite espichar o tempo da preguiça gostosa do ficar mais um pouco deitado. Descansando do sono recém-encerrado.

Mas tem uma coisa que me frustra não saber expressar direito: quão grande é o Amor que eu sinto por essa mulher. E eu digo a ela: “ah, se você soubesse como eu amo você!”

Ela me diz que sabe, sim, e que sente o mesmo por mim. Eu acredito. Faz outras juras de Amor, para competir comigo. E me cobre de beijos.

Rolamos então nos lençóis e colocamos a prova tudo o que dissemos.

Encerramos a disputa assim, com mais beijos e um gostoso abraço. Olhamos nos olhos um do outro, para dizer o que não se consegue passar com palavras.

E nos tornamos prontos para começar esse novo dia.

   

Deus te criou para mim

  
Deus despertou o homem e disse:
meu filho, como expressão do meu maior Amor por ti,
dar-te-ei a mais valiosa das jóias,
que haverás de saber guardar e cultuar ao longo de tua existência.
Tu hás de buscá-la por sua companhia eterna
e, ao juntar-te a ela, serão ambos um só ser.
Ela será também minha filha,
a quem concederei a ternura para agir, a doçura para falar
e a graça no modo de ser e de se fazer ver por ti.

Deus tocou a fronte do homem e disse:
meu filho, ficarás encantado com a dádiva com que te estou brindando.
Terás por ela o maior respeito e enorme carinho,
protegendo-a dos perigos com a tua força
e guiando-a a teu lado pela vida, com a tua sabedoria.
Ao lado dela, estarás seguro de ti e serás mais forte ainda.
Confiando nela, poderás entregar a tua alma,
para que, junto dela, vivas a plenitude da existência
ao te propor o esplendor de dar-te em corpo.

Deus prosseguiu, ensinando ao homem:
meu filho, deste dia em diante, não serás mais um ser uno.
Metade de ti habitará no interior daquela que te completará
e dentro de ti abrigarás igual parte dela, para que te completes.
Por minha graça, unido a ela,
conceder-te-ei o dom de povoar e modificar o mundo,
com os frutos que conceberão a partir da mágica que vos envolverá,
à qual chamarás pelo nome de Amor.
Zelarás por tua prole, para que não pereça nem desvirtue,
para que seja assim a continuidade da tua obra,
que é, na verdade, parte da minha grande obra.

Deus despediu-se do homem:
meu filho, agora parte para o teu desafio.
Nunca te esqueças de que estarei sempre ao teu lado,
vigilante para que não vaciles e exultante pelos teus grandes feitos.
A dedicação que peço de ti é jamais te entregares
às coisas que não espelhem a minha adoração por ti.
E, quando sentires a tentação da fraqueza,
se te tocar o vento frio do desânimo e do abandono,
olha nos olhos de tua amada e busca neles a mim.
Estarei refletido no intenso brilho que vires, ajudando-te a prosseguir sempre seguro
e ainda mais forte.